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Minha chavinha virou!

Tudo faz parte do processo. E o meu foi longo. Foram 5 anos de luto. Um pouco mais se contar que não começou no fim e sim quando descarrilhou aos poucos bom tempo antes. 

Na verdade pode ter sido bem antes, quando a maternagem me atropelou. Minha filha vai completar 18 anos mas eu já completei 18 anos sendo mãe pois pra mim contam os 9 meses antes do parto também. 

2021 começou cheio questões internas. No decorrer dos meses eu me transformei. Nesse período li quase 50 livros e destaco esses 3 que gostaria de recomendar fortemente. 

Dias de abandono – fala sobre divórcio. Sobre a bagunça que fica. Sobre se dar o tempo de processar a nova realidade e só depois de se curar, recomeçar. 

Talvez você deva conversar com alguém – é divertido e leve sobre auto conhecimento. Riquíssimo! Aquele livro abraço, acalento! 

O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido e seus filhos ficarão gratos de você ler – humaniza as pessoas. Da mecanismos de analisar rupturas e estimula repara-las. Bagunça muita coisa pois mexe em feridas. Também da esperança de relações melhores a partir de reflexão e boa vontade. 

Nosso crescimento é interno, pessoal, intransferível. Bom lembrar que cada um ao seu próprio tempo. E que a linha não é reta. Tem muitos altos e baixos. Tropeços. Erros e acertos. Não importa a velocidade e sim a constância. 

Eu estava vivendo, ou melhor, sobrevivendo, meio que no piloto automático. Peguei todas as obrigações da vida, toda carga pesadíssima e abracei. Analisei o que tinha, vi quem caiu fora, vi que só podia contar comigo mesma. Fiz o que tinha que ser feito. Doa a quem doer. E no caso, só doia em mim.  Não achei que merecesse compaixão. Apenas que devesse seguir. E assim o fiz. Guardei a Alinne no bolso e segui pelo bem geral dos que dependem de mim. Aprendi ficar confortável na minha casca. Tive alguns raros dias bons. Até que… A Alinne guardada, eclodiu! 

Tive vontade de viver. Apesar de todos os pesares pesados. Não me cabe mais apenas sobreviver!  

Me reconectei com a Alinne de 16 anos. Era tão forte, destemida, obstinada. Cheia de desejos. De alegria. De vida. Abracei meu novo corpo. Prometi não mais o odiar. Trata-lo com carinho, respeito e gratidão. Redescobri sua grande potencia o levando pra jogo. Nunca tinha sido tão realizada com ele, mesmo quando ele estava em sua melhor forma, em qualquer forma. Não é isso que verdadeiramente importa. É o sentir! 

É de dentro pra fora! 

Eu me abri pro mundo. E o mundo se abriu pra mim. 

Façamos terapia!