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texto de 05-08-24

Ainda bem que o Humberto não cantou a minha favorita senão teria colapsado!

Mais uma saidinha sozinha para realizar sonhos! Que show! Shows! Humberto canta muito e letras profundas de rasgar a alma. Ira, sonzera braba! Mix de pesado com amorzim. Lembro da primeira vez que tive contato com a letra de Somos quem podemos ser, em uma aula de literatura e ela fundiu minha cabeça. Escrevi inúmeras vezes a interpretação e quando fui entregar ao professor falei que era eterna. Toda vez que ouço vem mais coisa para escrever. Fiquei encantada, fascinada.

Foi maravilhoso! Eu sempre me acovardo, me apequeno, desisto, insisto e quando chega a hora, curto intensamente como se não houvesse amanhã. (Mais ou menos, vai. Eu fico em contato com as crianças o tempo todo, não bebo e fico super alerta. E sempre acho que vou de arrasta no uber) Por fim, sempre vale a pena e me agradeço. Penso que o arrependimento de não ter ido me consumiria infinitamente.

02/08/24 – Show do Humberto Gessinger e Show do Ira! – Que noite, meus amigos. Que noite!

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texto de 21-07-24

Dia desses, no metrô, sentada do meu lado, havia uma moça conversando ao telefone, o percurso inteiro. Chegando no terminal enquanto guardava meu livro, olhei sem querer para a tela do celular dela: Pai. Tirei meu fone e ouvi um pouquinho da conversa. Minhas lágrimas escorreram e me desestabilizei por dias. Um instante me fez lembrar que eu nunca falei ao telefone com meu pai.

Recentemente, em uma viagem com a família, minha vó rememorou o triunfo do meu pai ao se tornar pai. Pela primeira vez eu ouvi sobre ter sido desejada, amada. Contrastando com o que ouço rotineiramente, em alto e bom som, da minha mãe sobre eu ser um erro, indesejada, um fardo, não era para ter nascido.

Um dos meus grandes conflitos na vida é de admitir minha afinidade com o meu pai. Não que em algum momento tivéssemos sido próximos. É aquela migalhinha de afeto, um pequeno olhar de acolhimento, aquele sentimento de ser vista, ser enxergada minimamente na minha absoluta invisibilidade.

O farto banquete de rejeição, inadequação e repulsa que sempre recebi no seio familiar era amenizado na presença do patriarca. Até nesses momentos eu sofria pois era certo que na sua próxima ausência, as consequências viriam. E elas vinham. Mas era ótimo a grandona mãe e o gigante irmão se apequenarem e não me devorarem momentaneamente. Tenho tanta compaixão por ela. Imagino como deve ser difícil ter uma filha a qual não ama. Incapaz de partir, autoflagelo é o que me cabe. Não sei externalizar minha raiva pelo abandono emocional, pelo desamparo. É como se me obrigasse a só partir quando conseguisse resolver a complexidade dos sentimento ambíguos. Por que sou capaz de me solidarizar por um pai falho, aceitando a doença, entendendo as batalhas, as dores, as tentativas e não fico em paz com as ausências dela!? Não consigo.

Queria que ele soubesse que eu sou para os meus filhos, a mãe que ele gostaria que os filhos dele tivessem. Não fui a filha que ele precisou. Ele foi o pai que conseguiu. E foi tudo uma merda. Foi o que deu para ser.

Todos os dias me lembro. Não sei como seriam as coisas se tivessem tomado rumos diferentes. Gosto de flertar com uma vida menos solitária. Sinto saudades do que nunca vivi (como diz o poeta contemporâneo). O imagino presente em vários momentos. O levo em show. O levo no parque. O levo para um lanche na padaria. Nas músicas que ouço. Na arte que minhas mãos produzem. Nas leituras. Dia 19 de Abril, dia 21 de Julho e segundo domingo de Agosto agora doem especial. Aqueles que amamos nunca morrem. Te amo, pai!

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texto de 03-06-24

Era uma tarde de sexta, comum, como outras tantas. Trabalho em dia, filhos cuidados, finalizando a organização da casa. De forma extemporânea, um sentimento surgiu. Sem familiaridade com ele, não soube nomear. Será que era paz!? Um momento todinho. Um momento grande. Um momentão.

Em seguida, tudo voltou ao “normal”. Angústia, dor, sofrimento. Choro e ranger de dentes. Enxergar a literalidade da vida, do mundo. Os boletos, as goteiras, a solidão. Quem soma, quem some e quem monta no seu lombo e caga na sua cabeça.

Faltava uma semana para aniversariar e eu tinha a ilusão de ter aprendido não me afetar. De que conseguiria passar ilesa. Os dois últimos tinha conseguido ficar bem, comemorar. Tomar café na padaria relembrando bons momentos com o cara que (apesar dos pesares pesados) me fazia sentir especial, desejada, amada. Eu estava tão empolgada para bater na porta dos quarenta.

Trinta e nove chegou. A rasteira sorrateira tardou mas não falhou. A bad veio ultra potente. Os questionamentos, ponderamentos, busca por sentido. O auto ódio…

Os filhos mais uma vez me sustentando. Dando razão ao ato de respirar (que tantas e tantas vezes tenho desaprendido). Estar com os três e com o netinho, salvou minha vida, mais uma vez.

Espero que no próximo, eu consiga tudo que planejei (e falhei). Espero ter forças a cada dia. Espero conseguir continuar tentando.

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texto de 25-05-24

18/05/24 Pato fu 🎶🖤🤘🏻

Eu fui feliz e soube.
Vivi uma noite memorável.
Me levei para curtir por mim, para mim. Eu com as minhas demandas. E só. Não romantizo pois sei de todos os percalços. Sinto cada um deles com intensidade. E aprendi olhar para mim também. Fazer por mim também. E sei o quão gratificante é, no final. O sabor de “eu fui” é inversamente proporcional ao de “deveria ter ido”. E vale a pena para um caralho a sensação catártica de viver o momento plenamente do que se gosta, do que se ama, do que te alimenta a alma. Desejo, sinceramente, que cada pessoa possa encontrar e experienciar, periodicamente, o que alegra seu coração e faz silenciar, ao menos momentaneamente, as dores desse mundo.
A abertura foi da banda Penélope. Uma nostalgia vibes Mtv, deliciosa. O local foi na Audio, muito agradável. E eu consegui ficar super bem posicionada e curtir intensamente. Pato fu é gigante. Fernanda, plural. O que não toca na radio, é muito, muito maneiro! Que showzão incrível!!! 🖤

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texto de 04-04-24

Amanheci cansada. Me arrastei o dia todo. Podia ser por ter dormido mal na noite anterior ou sintomas pré menstruais (a indisposição rotineira que a pessoa com útero aprende a conviver, na marra). Isso foi na segunda.

Virei a noite com febre. Na cabeça: “não é nada, não é nada, nem está alta, já vai passar, amanhã tem um monte de coisa pra fazer, fica quieta e engole o choro”. Esse finalzinho é tão entranhado nas minhas fibras que me rasgo e me remendo freneticamente, automaticamente, desde que me lembro por gente.

Terça levantei e vivi a agenda da manhã. Pediatra com o filhos, preparar-los para escola, almoço, casa, filha, neto, mãe. Cancelar tudo que era humanamente impossível continuar de pé. Me permiti deitar. Que ousadia! Dores muito fortes pelo corpo todo. Dores de cabeça, dores nos olhos. Mas o que pega forte é não conseguir ficar em pé. Fim da tarde, mesmo não conseguindo, guardei as dores no bolso e fui cumprir as necessidades. Janta na mesa, crianças cuidadas e torcer para dar a hora de “todos pra cama”.

Mais uma noite de febre e agora quase aceitando que tinha algo errado. Os outros sintomas se achegaram: intestino desarrumado e falta de apetite. Quarta, o dia todo péssima mas cumprindo todas as tarefas. A um custo altíssimo! Outra noite difícil.

Quinta, só depois do almoço, tive forças (mentira, não tive, fui sem mesmo!) para procurar atendimento médico. Um chá de cadeira básico. Teste. E dengue. Na mente só agradecendo por ser eu e não as crianças. Ainda bem que não é com eles! A recomendação mais importante: descanso! Pra não piorar. E como é difícil se permitir descansar. Ninguém cuida de quem cuida. Nem a gente! Ainda saindo de lá precisei passar na farmácia e no mercado. Haviam coisas importantes faltando em casa. Se não eu, ninguém.

Me permiti não ir na feira e na faxina. O restante cumpri. Com culpas e faltas. Descansei.

Depois mais exame, mais consulta, mais sintomas. A coceira enlouquecedora. Sem conseguir ler, ver um filme, estudar, trabalhar… E fazendo o máximo para os filhos não serem lesados. Foram duas semanas de exaustão.

Hoje estou bem, recuperada e muito feliz em com as vacinas de dengue nos braços dos meus filhos. Essa noite reservei um tempinho na agenda pra colocar todo o choro em dia. Quanto alívio! Viva o SUS!

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texto de 26-02-24

Fiquei fascinada pela proposta desse livro. Nem pensei duas vezes antes de colocar no carrinho e finalizar a compra. Quando chegou, acovardei-me. Pensei em deixar para um aniversário, um dia das mães, uma data comemorativa qualquer. Logo eu, que tenho problemas sérios com datas comemorativas… Presentes são para o presente. O hoje é tudo que temos! Tive medo da vó não gostar, de se zangar, de ficar chateada. Cogitei ser egoista da minha parte, ja que se da pensando em um dia ter de volta. A finitude é tabu. Fiz um bilhetinho dizendo que era para ser divertido e não coercitivo. Em um dia corriqueiro, uma tarde qualquer, no meio da rotina, passei la rapidinho e entreguei. Foi leve e afetuoso. Queria preencher tudo com ela. Queria que ela preenchesse cada página com uma pessoa. Queria que ela preenchesse ao menos o nome para ser guardado com amor e carinho. Mas sabe a melhor parte!? Nem precisa! Os sentimentos que vivi com esse livro e o momento de ter entregue a ela, já valeram a pena! Não preciso de mais nada!!!

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texto de 22-02-24

Sobre as fotos de pessoas que fiz de atividade no curso de fotografia.

Fotografar pessoas é fazer coceguinhas na alma da gente. No dia dessa atividade minha ansiedade estava totalmente no controle do meu descontrole. Quando a professora perguntou quem queria usar o flash, eu corri e disse que estava em pânico mas queria sim, queria muito. E depois a outra lente. E a outra técnica. E tudo que poderia experimentar ao meu alcance. Íamos revezando, nos fotografando. Na minha vez de ser fotografada, inacreditavelmente, não desmaiei, apesar dos sintomas. Ficar em evidencia, com dez câmeras apontas e com disparos contínuos, foi aterrorizante. Consegui. Fugi rapidinho. Fazia parte, então fiz a minha parte. Conseguir conduzir o equipamento. Aplicar o aprendizado. Testar as técnicas. Extrair o máximo de tudo! Ja teria valido a pena. Só que a maior riqueza de tudo isso foram os momentos vividos, as trocas, as risadas e a aventura. Teve um momento em que fiquei empolgada com a execução de uma butterfly. Outro com a luz lateral de celofane. Por fim, na hora de selecionar as fotos favoritas, queria apenas as que transmitiam sentimento, as com brilhos nos olhares. As que as pessoas estavam contentes em posar. A que a pessoa sempre sorridente, estava séria. A que o cara durão fez uma pose engraçadinha com a mão na cabeça e pediu para não publicar. Só um pedacinho de um dia gigante que só quem viveu, sabe. Só quem sentiu. Observações: Ressaltando, mais uma vez, que foi em um contexto de estúdio bem equipado e com orientação constante de qualidade.

Fazer fotos em movimento era uma coisa que o tanto que eu admirava era inversamente proporcional ao tanto que eu imaginava que um dia conseguiria fazer. E consegui! Foi muito divertido!!!

Pra mim é extremamente desconfortável ser fotografada. Em um primeiro momento, nem quis olhar as fotos. Depois com mais calma e acolhimento, me permiti visitá-las. É interessante demais perceber as nuances dos olhares das outras pessoas sobre nós. Que exercício gostoso! Agradeço a todos e principalmente à querida professora, por tanto! ♥️

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texto de 16-02-24

Acompanhei por alguns anos, uma famosinha da internet, que eu achava ter uma vida interessante. Gostava do jeito dela, do jeito que levava a vida, do jeito que se esforçava para mostrar simplicidade em meio a abundância. Ela sempre reforçava que tudo que conquistava era fruto do próprio esforço. Me incomodava um pouquinho ela querer diminuir, a todo custo, a influencia dos pais ricos. Relevava. Certo dia, em um de seus discursos do “eu mereci, me esforcei, vc não consegue porque não quer”, foi onde percebi que estava dando audiência a quem não valia meus minutos preciosos de atenção. Ela estava contando de quando começou trabalhar e revertia 100% do seu pagamento para comprar mais coisa e vender e comprar mais e vender mais, fazendo o dinheiro multiplicar muito facilmente. Tive um estalo. Deixei de seguir e nunca mais tinha pensado nessa pessoa.

Comecei trabalhar com 14 anos. Recebia só uns trocadinhos. Até ali, meus pais compravam o mínimo de material escolar possível. Um caderno do mais simples, um lápis, um apontador, uma borracha e uma caneta. Estojo e mochila, o novo era para meu irmão, o resto dele… Já sabia que teria que durar o ano todo e se perdesse, ficaria sem. Tinha muita vergonha e quando mediam emprestado, me apavorava. Zelava e fazia milagre para aguentar o ano letivo. O que eu fiz com meu primeiro dinheirinho? Comprei uma caneta. Depois algo colorido. Depois algo com estampa. No outro ano um fichário com folhas abundantes. Tudo do meu gosto. Pude escolher. Comecei comprar um doce aqui, um salgado ali. Conheci a cantina. Ah, quando consegui vestir minha primeira blusinha sem ser de doação… Foi incomensurável!

Com 16 anos veio o primeiro emprego com carteira assinada. A primeira coisa que comprei foi um discman. O auge! E também no primeiro salário, paguei contas básicas de água, luz, mercado. Eu não ficava com quase nada do meu pagamento. O quão pesado é isso, só quem viveu, sabe. E a parte financeira era a que menos me doía naquela família. Maldito altruísmo que nunca me deixou ser protagonista na minha própria vida.

Como poderia nivelar minha história de sobrevivência com a vivencia da blogueira quando nossos passos caminham por percursos tão singulares!? Eu sei os caminhos que trilhei. Eu sei onde meus calos apertam. A gente não vem do mesmo lugar. E mesmo quando vem, como no caso, eu com meu irmão, não temos os mesmos instrumentos, os mesmos amparos, as mesmas oportunidades.

“Fazer o seu melhor na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores para fazer melhor ainda.” Essa frase do Cortella é um mantra, um guia.

Fiz uma atividade do curso de fotografia de produto. Eram dez fotos no estúdio. Luz totalmente controlada, ambientes favoráveis, equipamento de ponta. Depois um computador top de linha, um programa de edição dos melhores. Orientação. Coleguismo. O céu na terra.

Minha história com o artesanato é de amor. Tornar ele rentável é dor. Gosto tanto de fazer. Ele não é autossuficiente. Viver custa dinheiro. Preciso fazer dele um negócio. Tenho muito claras as minhas limitações. O tanto que eu já bati cabeça anteriormente, sozinha, sem apoio, sem norte, sem rumo, com material precário e sem conhecimento. Se a modéstia permitir, reconheço que sempre fiz milagre. Ah, mas não precisa de ter as coisas, só vai lá e faz. Sim. Da pra fazer sim. Mas ter… Faz toda diferença!

As fotos que fazia dos meus produtos, ja aplicava muitas técnicas das que aprendi agora, instintivamente. O fundo, luz, cenário, composição. Só que o improvisado. O que tinha. O que cabia. Agora queria os instrumentos facilitadores. Não tenho. Não consigo tê-los no momento. Vou precisar continuar rebolando. Observando minhas prioridades.

Trabalho com vídeo ha anos e ainda padeço. Como é que quero transformar minha arte em em um negócio rentável quando conheço as pedras no caminho. As conheci tropeçando.

Participei de um treinamento sobre vendas e planejamento financeiro. Ah, como as pessoas adoram acreditar em formulas mágicas. Em um exemplo hipotético, um empreendedor conseguia prosperar em meio a dezenas, centenas. Cada um tem uma perspectiva e para mim só mostrou como o exemplo do outro não serve nada para mim. São tanta variáveis. Não compreendo a idolatria por coaching. Claro que insights são bem vindos. Aplicar no seu contexto, na sua realidade.

Como é que se espera que eu faça limonadas com meus limões sendo que nem de limonada eu gosto!? Talvez eu queira usá-los apenas no preparo de alimentos mesmo, e funcione bem.

Ter minimamente consciência, já é ter muita coisa!

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texto de 09-02-24

Escrevi mais ou menos isso em uma foto do ano passado: “Medo de colocar em um lugar além do divertido, do prazeroso, do lazer. Paralisia de nem ao menos tentar. E nem tentar é fracassar dobrado! Preciso de mais leveza e compaixão com meus processos. Registrar para amar depois. Amar agora! Agora! Já!” Dali em diante, mesmo com o medo paralisante, minha teimosia prevaleceu. Fiz muitas fotos, fotos dos filhos, do neto, da poesia no dia a dia. Quase sempre no modo automático da câmera. Li, li, li, estudei, me dediquei. E toda vez que tentava usar modo manual, travava. Meu cérebro resetava os comandos.

Então encontrei o curso de fotografia de produto. Vestiu como uma luva pois juntava minha vontade com a necessidade de melhorar minhas vendas de artesanato. Ele foi um divisor de águas. Foi o arroz com feijão que eu tanto precisava. Consegui nomear muitas coisas que eu já meio que sabia, já meio que fazia, só que com um norte. Claro que aprendi muito mais. A dedicação da querida professora foi imprescindível. Aprender o beabá é fundamental! A gente quer correr antes de andar, antes de engatinhar. O pavor da mediocridade me engolia ja pensando em um estilo, em uma marca, em um algo a mais.

Fiz umas fotos de uma atividade em que tínhamos que aplicar algumas regrinhas de composição. No modo automático. Treinar o olhar. Conhecer o equipamento. Conhecer o programa e depois editar. Fiz tudo com muito empenho e sem querer nada extraordinário. Um ordinário caprichado. Um passo de cada vez. Eu consegui! 🖤

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texto de 04-02-24

Um dia, quando minha filha tinha 14 anos, estávamos passando perto da escola onde estudei, fui contar um caso, toda nostálgica, “aconteceu isso e isso comigo e com a minha amiga”, ela deu um corte com “Impossível! Você é insuportável e não tem amigas. Duvido que tenha tido alguma amiga um dia.”

Uma das minhas maiores, acho que a maior frustração da minha vida é não ter ensino superior. Saindo do colégio, mergulhei na maternidade. Precisei adiar muita coisa. Fiz um plano, com muita folga, de ingressar na universidade junto com a minha filha, já que não nos meus 18, sim nos 18 dela. Pois além de não conseguir meu sonho, esse também não foi o sonho dela. A muito custo e obrigação, o diploma do ensino médio a ela bastou.

Meu segundo filho quando era bebê, ficava frequentemente doente com problemas respiratórios. Eu precisava me ausentar muitas vezes do trabalho. Caxias, me sentia extremamente chatiada. Certa vez, ja com 4 atestados médicos no mesmo mês, pedi para o pai buscar na escolinha em mais um chamado devido a mais uma crise de saúde. A recusa com o argumento de que a hora de trabalho dele valia inúmeras vezes mais que a minha, foi um dos fundamentos que me fizeram largar o emprego formal e me dedicar ao cuidado dos filhos integralmente.

O estatuto da criança e do adolescente (e o bom senso) determina que é crime de abando de incapaz, deixar menores de 16 anos, sozinhos.

Minha mãe disse que quando se aposentasse, jamais iria cuidar dos filhos dos outros.

Eu tentei começar essa legenda de muitas maneiras sem sucesso. Fato é que quando acabou o curso, não consegui me despedir das pessoas. Corri para o banheiro para chorar. Foi transformador. Foi intenso. Foi incrível! Tenho tanto para dizer sobre essas duas últimas semanas. Por hora quero apenas registrar alguns pequenos instantes memoráveis.

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texto de 28-01-24

Quando o Vini mandou o Save the date, meu coraçãozinho explodiu de ternura. Não sabia de nenhum detalhe, de quem iria, como seria. Só bati o martelo: eu vou! Não perco por nada! Lisonjeada e agradecida. Vou sozinha mesmo, nem que seja apenas para abraça-los e sair em seguida. Resolvi minha passagem. Depois consegui hospedagem com pessoas que amo. Foi ótimo! Eu iria mesmo que não tivesse onde ficar. Um dia antes, meu mundo desabou por não ter rede de apoio e não ter como deixar as crianças. Tive que desistir. Chorei doído. Que ousadia uma mãe querer que o pai fique com os filhos por dois dias. Por fim consegui deixar com a vó. Me desdobrei. Corri com as coisas. Deixei um tanto de comida pronta e despensa cheia. Um monte de orientações com eles e minha bagagem de culpa a tira colo. Preparei-os pra escola. Insisti e segui.
Aproveite a folga de uma tarde toda de viagem. Cheguei a noite. Fiz um rolê em um lugar que eu almejava muito. Descansei a noite com os meus.

O dia chegou. Um café da manhã super agradável com o pai do noivo, as titias, a prima e o irmão. Nos aprontamos e conseguimos nos atrasar pra cerimônia. hihi Deu tempo de chegar antes da noiva.

Um lugar belíssimo! Decoração impecável! Ambiente gostoso! E pessoas maravilhosas! Foi uma festa linda! Fomos muito bem recebidos e atendidos o tempo todo. Uma cerimômia bonita, sucinta. Os votos, uma preciosidade! Era nítido o envolvimento e a alma do casal em cada milímetro de tudo. Foi uma festa extremamente divertida! Fui limitada, la me expandi. Sai totalmente preenchida e transbordante. Peguei meu ônibus de volta, descansei a viagem toda e cedinho estava de volta na minha realidade vestindo a skin de mãe.

A palavra feliz é diminuta para descrever. Foi um dia lindo!

Elisa e Vinicius, obrigada por poder comemorar junto! Foi incrível!!!

3 meses de casadinhos! ♥️

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texto de 27-01-24

Sempre fui apaixonada por livros. Não fui uma criança leitora. Nem adolescente. O gasto com isso não entrava na conta. Não me achava capaz, nem merecedora. Não me cabia. Arriscava uma ou outra leitura. Demorava demais. Não sabia o que gostava. Tinha pavor do fracasso (comprar e não gostar, largar, não aproveitar devidamente). Tinha medo de falar sobre livros e ter descoberta minha falta de conhecimento.

Ha alguns anos decidi que iria ter o hábito da leitura. Assim, na teimosia mesmo, no desafio. Fui comprando livros aos poucos. Encontrei escritoras e escritores que fui gostando. Fui me dedicando. Descobri que tinha que me aliar aos óculos usando na quantidade apropriada. Em 2018 me desafiei a ler um livro por mês. Deixei uma sobrinha e coloquei a meta de dez livros em um ano. Consegui. Fiz isso por três anos. Sucesso e conforto. Sem pressão. No terceiro ano eu tinha dobrado a meta. Nos anos seguintes, a minha meta era um livro por semana. Cinquenta e poucos por ano. Claro que isso na média, tem livro pequeno, de poesia por exemplo, que leio em dois ou três dias e tem livros maiores, mais densos que levo duas, três semanas. Consegui e passei em 2021, 2022 e 2023. Para esse ano não tenho metas. Tenho descansado no hábito. Tão almejado. Tão gratificante tê-lo. Batalhar para mantê-lo.

Ainda tenho receios. Não consigo definir meus favoritos. Não sei direitos quais os gêneros prefiro. Abro o leque para conhecer de tudo e posteriormente canalizar. Tenho os que releio. Amo ler fisico e digital. Tudo depende do dia, do momento, do meu eu. Leio vários ao mesmo tempo. Largo leituras. Não cumpro minha própria ordem de próximos. Compro mesmo tendo novinhos na fila. Sou apegada com alguns e mão solta com outros. Não conheço muitos autores, não li muitos clássico. Quero ler muitos livros, incontáveis e tenho certeza que não tenho vida suficiente para tanto desejo. Escolher também é desistir. E tudo bem. Sou uma leitora apaixonada. E isso me basta. ♥️

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texto de 21-01-24

Fiz minha segunda prova de concurso público. Oficialmente concurseira! Já pensando nas próximas!
É um turbilhão de sentimentos. Um processo doloroso. Uma esperança genuína.
No certame anterior, concorri com mais de cem mil pessoas. Nesse, foram pouco mais de trinta mil inscritos. No outro, me organizei e estudei direitinho por três meses. Nesse, devorei o conteúdo em duas semanas, sem planejamento, sem a dedicação que precisava. Nos dois, fiz o possível, dei o meu máximo.
Hoje foram quarenta questões e uma redação. Ah, eu amo ler e escrever, vai ser tranquilo. Ledo engano! O desespero bateu. Ja passei pelos três estágios pós redação. De achar que fui muito bem, de achar que fui medíocre e de achar que fui horrível. Ja imaginei uma dezena de outras formas que poderia ter trabalhado o texto. Dissertaria três mil linhas, tranquilamente, sobre o tema.
Dessa vez eu tive apenas um ataque de pânico (ate o momento). Estou respirando compassadamente. A minha parte eu fiz, agora é só aguardar o resultado.
Universo, não seja mal criado! Joguei pra ti. Seja gentil! 🖤

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texto de 18-11-23

Estava cá com meu botões refletindo sobre um bocado de coisas e uma delas é a culpa. A cabeça entende, o coração esquece. Tenho que relembrar toda vez. Ah ta, eu sei o que é exaustivo ficar sempre falando do quanto a maternagem solo é avassaladora. Eu também gostaria da leveza de poder falar de outros temas corriqueiros. O ponto que gostaria de registrar é da bandeira que levantei há uns meses, de não abrir mão das minhas horinhas de folga. Hoje um filho não queria ir pro pai e eu fui franca pedindo pra ele ir sim pois precisava descansar. O outro queria voltar amanhã e novamente com sinceridade pedi pra ele tentar ficar depois de amanhã também e aproveitar o feriado. Mesmo dando conta de tudo com antecedência, milimetricamente pensando em não ter cuidados com a casa e trabalho nesses dias, pra minha mãe é um absurdo eu decretar que não cozinho nos domingos. São umas coisinhas tão simplistas. É o meu maná. Normalmente são umas trinta horas a cada quinze dias. Da umas vinte e quatro vezes no ano, se tudo correr bem. Nos outros trezentos e tantos dias, estou a postos, alerta, dedicada, com a mão na massa. Independentemente do quanto quebrada estiver. E eu fico até perdida sem saber o que fazer com tanta liberdade de ser apenas uma pessoa comum. Foram muitos anos sem me conectar comigo. A pouquinho que decidi fazer algo por mim. Ainda não aprendi dosar. Quero viver tudo! Tem vez que passo o dia todo no cinema, outras me enraízo embaixo da sombra de uma árvore no parque. Meia dúzia de vezes fui em shows. A grande maioria eu só quero fazer nada no escurinho do meu quarto. Não ter hora pra nada, comer quando sentir fome, dormir quando sentir sono. São coisas grandiosas quando se dedica a vida ao cuidado das vidas dos outros. Vinte anos de maternagem. Um passarinho já voou. Os outros logo se vão. Eu preciso urgente aprender gostar mim!

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texto de 15-05-23

Quanto mais eu quero dizer, menos encontro palavras.

Quando encontro muitas palavras, normalmente é por ter muita bagunça e para conseguir organizar, as palavras trabalham ao meu favor.

Não sou muito familiarizada com essa onda de ternura envolvente feito abraço acolhedor.

Estou me esforçando!

Recebo.
Agradeço.
Aproveito!