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Minha vida colorida

“Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente coloridos e os outros cismam em querer borrar as cores.
Não tenho culpa se meu sorriso é de verdade e acontece por motivos bobos, mas bem especiais.
Não tenho culpa se meus passos são firmes. Não sou perfeita… Eu tropeço e caio de vez em quando, aliás, eu caio muito.
Meus olhos… têm brilhado bem diferente ultimamente.
E brilham diferente a cada dia…e começo a me preocupar, pois tenho medo da velocidade dessas alterações…
E no meu mundo mais lindo e completo não consigo entender a existência de algumas pessoas.
Mas o mundo aqui não é dos mais justos mesmo… compreendo.
Mas mesmo assim, eu tenho bastante lápis de cor… empresto pra quem quiser pintar a vida.
Mas por favor… não tente borrar a minha…”
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QUEM SOU EU?

Nesta altura da vida já não sei mais quem sou… Vejam só que dilema!!!

Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR. Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado CONTRABANDISTA.

Se revendo algo MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR.

Para votar ELEITOR, mas em comícios MASSA, em viagens TURISTA, na rua caminhando PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE.

Nos jornais viro VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE.

Para o Ibope ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR.

Se sou botafoguense, SOFREDOR.

Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL , sou COLABORADOR ) e, quando morrer… uns dirão… FINADO, outros …. DEFUNTO, para outros … EXTINTO, para o povão … PRESUNTO.

Em certos círculos espiritualistas serei … DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui …ARREBATADO.

E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!!

E pensar que um dia já fui mais EU.

por Luiz Fernando Veríssimo.
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“A paz interior”

Conta a lenda que um velho sábio, tido como um mestre da paciência,
era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um homem conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu com a intenção de desafiar o mestre da paciência.
O velho aceitou o desafio e o homem começou a insultá-lo.
Chegou a jogar algumas pedras em sua direção, cuspiu no sábio e gritou-lhe todos os tipos de insultos. Durante horas, fez de tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final da tarde, já exausto e humilhado, o homem se deu por vencido e retirou-se.
Impressionados, os alunos quiseram saber como o mestre pudera suportar tanta indignidade.
O mestre perguntou:
– Se alguém vem até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente?
– A quem tentou entregá-lo – respondeu um dos discípulos.
– Exatamente.
O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos.
Quando eles não são aceitos, continuam pertencendo a quem os trazia consigo.
Sua paz interior depende exclusivamente de você.
As pessoas não podem lhe tirar a calma.
Só se você permitir…