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2016. Falta muito pra acabar?

Eu gostaria de dizer que passou uma ventania, uma tempestade, um furacão na minha vida. Mas não posso dizer que passou. Digo que está parado ainda em cima da minha cabeça. E fazendo muito barulho, muita bagunça!Os últimos meses tem sido de profundas batalhas.

Não sei como uma pessoa consegue sobreviver a perda de um pai.

Não sei como uma pessoa consegue sobreviver a uma decepção amorosa.

Não sei como uma pessoa consegue sobreviver a uma mudança de casa sozinha.

Não sei como uma pessoa consegue sobreviver a uma reforma na casa. 

Não sei como estou viva perdendo meu pai, perdendo um amor, mudando de casa e lidando com uma reforma. 

Estou viva? Parece que sim! Inteira? Ah, dai já é querer demais!

Minha vida está em caixas empilhadas e móveis desmontados sob paredes sendo arrumadas e chãos empoeirados de grandes trabalhos braçais pesados. 

Escolas novas pros 3 filhos, adaptações, os proteger e fazer de conta que tudo flui naturalmente não os deixando enxergar o quão duro tudo está sendo para mim. Uma grande casca que o corpo em piloto automático faz cumprir a maternidade com lágrimas escondidas e sorriso no rosto. 

A bagunça de fora, aquela visível a todos, a falta de rotina. São nada comparadas ao que anda devastado por dentro. 

Levanta e cai, levanta e cai, cai, cai. Levanta. Respira. Não respira.

Mágoa, desprezo, humilhação. Oi, tudo bem, vocês vem sempre por aqui!? Podem ir embora! 

A dor passou a ser física. Trouxe doença. Depressão. Flerte com o suicídio.

Passou. Não passou. Passou! 

Amor próprio, senta aqui, toma um café comigo. Por que já vai tão cedo? Oi lindo, que bom que voltou! Tchau! Oi! Mora aqui! 

Vai passar! Vai passar! Não consigo respirar! Tá passando! Vai passar! Vai passar! Vai passar!