Todo dia 6 de Outubro eu fico assim, nostálgica.
As 9 da noite começou o trabalho de parto.
Uma noite inteirinha com cada segundo registrado na memória, na pele e na alma.
Há 14 anos, no dia 7, depois de 39 semanas e 5 dias, 14 horas de contrações, quase 11 horas da manhã, com 3.300 quilos e 48cm, chegou minha menininha.
Não existem palavras pra descrever esse momento.
Nem tantos outros.
É só sentir.
É único, pessoal e intransferível.
Pra mim, maternagem se resume a amor e dor. Dói o tempo todo. E o amor contorna e faz seguir em frente.
Dói o susto.
Dói a dúvida.
Dói a insegurança.
Dói o medo.
Dói o desconhecido.
Dói a pausa no eu.
Dói os sonhos.
Dói os anseios.
Dói os desejos.
Dói a abnegação.
Você chegou em outubro mas eu já era mãe desde janeiro. Desde quando passei a ser nós duas.
Minha listinha de prioridades nunca mais foi só minha.
Me desfiz e me refiz tantas vezes.
As temidas dores do parto são treinamento. Ali na hora parecem ser tudo. Depois a cada nova dor aquelas viram saudade. Porque ali literalmente era em mim. Todas as outras que vi doer em ti queria poder transferir pra mim. Quando dói ai, aqui é pelo menos duas vezes mais.
Pequenininhos dói um cansaço físico exaustivo.
Depois dói a independência.
No parto nem se sente ao cortar o cordão umbilical.
Agora quando ele é rompido depois de grande…
Ah, essa dor!
A gente vive pelo filhos e depois não sabe mais viver sem eles.
Gi, minha filha, meu amor, minha vida. Primeira vez que passamos longe fisicamente… Que seu dia seja lindo! E sua vida abençoada e próspera! Feliz aniversário amorzinho!!!
Eu poderia dizer que te queria grudadinha em mim como quando era na gestação.
Mas mesmo doendo tanto, eu prefiro te ver crescendo e voando.
O ninho continua pra sempre disponível meu bem