Em Março de 2023 participei de um tour guiado pelo centro histórico de São Paulo. Deixo a recomendação a todos ♥️
Agora minha parte melodramática. Eu fui uma criança negligenciada. Nenhum incentivo à educação, cultura, lazer. Bem o contrário. Era incentivada a não sonhar. Mulher, pobre, periférica. O recorte de raça me foi poupado. Cresci e a maternagem me atropelou a ponto de me desconectar de quem sou. Ha pouco me reencontrei e tenho feito coisas por mim. Pequenos passos pesados com atraso de duas décadas pelo menos. Nunca é fácil. Eu tenho fobia social. E sempre sozinha também é muito difícil. 100% das vezes, quero desistir. Quero desistir até o último minuto. É sempre um processo muito exaustivo. E sempre muito reflexivo. Sempre emotivo. Catastrófico. Só que defini uma meta e sou muito teimosa. Minha teimosia da vez é subtrair a subserviência nativa e subir na borda pra respirar.
Esse passeio para conhecer a história do lugar onde vivo, onde nasci, é especial demais. Conhecer a história é muito enriquecedor. Consciência de classe é apropriar-se do que é nosso, do que é de todos. Meu cep sempre me disse que nesses lugares abastados cabiam apenas a minha força de trabalho. O sistema ainda determina a dança das cadeiras. O pensamento continua livre. E é assim que tem que ser. Que tem que permanecer. Tal qual uma turista em terras longínquas, estou me permitindo apreciar as belezas orgânicas, inorgânicas, naturais, artificiais, grátis e dali um pouco, o que mais surgir. Olhando para o céu, a imensidão, a liberdade. As prisões da mente, auto algozes: anistia já!