Dia de agradecer a Alinne lá de Fevereiro que investiu na inscrição e na apostila. Fez um plano de estudo. E se dedicou. Sozinha.
Houveram muitos surtos, admito. Muitos momentos de eminente desistência. Muitos choros. Muitos mesmo! Muitas vezes eu questionei se realmente existia um cérebro na minha cabeça. Muitas vezes eu fiz pausas para chorar em posição fetal por não conseguir compreender o que lia. Teve dia que fazia essas pausas a cada dez minutos. Teve matéria que achei que seria menos difícil e acabou sendo muito difícil. E teve matéria que eu achei que seria difícil e acabou que foi extremamente difícil. Nos simulados me desesperava pois a mediocridade é um algoz terrível.
Duas décadas depois da escola, uma década fora do mercado de trabalho formal. Um preconceito antigo com o termo “concurseiro”. E cá estou. Hoje foi a prova objetiva. Nos próximos dias sai o gabarito. Depois tem a segunda fase. Não sei dos próximos passos. São mais de 100 mil inscritos para 400 vagas. Quando pisei na sala, imaginei aquelas placas nas casas lotéricas com “saiu aqui o prêmio da mega sena”. A prova foi difícil!
As primeiras questões foram sobre um poema de Leminski:
aqui
nesta pedra
alguém sentou
olhando o mar
o mar
não parou
pra ser olhado
foi mar
pra tudo quanto é lado
E com poesia eu funciono.
Foi meu gás. Foi intenso.
Foi uma aventura incrível!