Sempre fui apaixonada por livros. Não fui uma criança leitora. Nem adolescente. O gasto com isso não entrava na conta. Não me achava capaz, nem merecedora. Não me cabia. Arriscava uma ou outra leitura. Demorava demais. Não sabia o que gostava. Tinha pavor do fracasso (comprar e não gostar, largar, não aproveitar devidamente). Tinha medo de falar sobre livros e ter descoberta minha falta de conhecimento.
Ha alguns anos decidi que iria ter o hábito da leitura. Assim, na teimosia mesmo, no desafio. Fui comprando livros aos poucos. Encontrei escritoras e escritores que fui gostando. Fui me dedicando. Descobri que tinha que me aliar aos óculos usando na quantidade apropriada. Em 2018 me desafiei a ler um livro por mês. Deixei uma sobrinha e coloquei a meta de dez livros em um ano. Consegui. Fiz isso por três anos. Sucesso e conforto. Sem pressão. No terceiro ano eu tinha dobrado a meta. Nos anos seguintes, a minha meta era um livro por semana. Cinquenta e poucos por ano. Claro que isso na média, tem livro pequeno, de poesia por exemplo, que leio em dois ou três dias e tem livros maiores, mais densos que levo duas, três semanas. Consegui e passei em 2021, 2022 e 2023. Para esse ano não tenho metas. Tenho descansado no hábito. Tão almejado. Tão gratificante tê-lo. Batalhar para mantê-lo.
Ainda tenho receios. Não consigo definir meus favoritos. Não sei direitos quais os gêneros prefiro. Abro o leque para conhecer de tudo e posteriormente canalizar. Tenho os que releio. Amo ler fisico e digital. Tudo depende do dia, do momento, do meu eu. Leio vários ao mesmo tempo. Largo leituras. Não cumpro minha própria ordem de próximos. Compro mesmo tendo novinhos na fila. Sou apegada com alguns e mão solta com outros. Não conheço muitos autores, não li muitos clássico. Quero ler muitos livros, incontáveis e tenho certeza que não tenho vida suficiente para tanto desejo. Escolher também é desistir. E tudo bem. Sou uma leitora apaixonada. E isso me basta. ♥️