Escrevi mais ou menos isso em uma foto do ano passado: “Medo de colocar em um lugar além do divertido, do prazeroso, do lazer. Paralisia de nem ao menos tentar. E nem tentar é fracassar dobrado! Preciso de mais leveza e compaixão com meus processos. Registrar para amar depois. Amar agora! Agora! Já!” Dali em diante, mesmo com o medo paralisante, minha teimosia prevaleceu. Fiz muitas fotos, fotos dos filhos, do neto, da poesia no dia a dia. Quase sempre no modo automático da câmera. Li, li, li, estudei, me dediquei. E toda vez que tentava usar modo manual, travava. Meu cérebro resetava os comandos.
Então encontrei o curso de fotografia de produto. Vestiu como uma luva pois juntava minha vontade com a necessidade de melhorar minhas vendas de artesanato. Ele foi um divisor de águas. Foi o arroz com feijão que eu tanto precisava. Consegui nomear muitas coisas que eu já meio que sabia, já meio que fazia, só que com um norte. Claro que aprendi muito mais. A dedicação da querida professora foi imprescindível. Aprender o beabá é fundamental! A gente quer correr antes de andar, antes de engatinhar. O pavor da mediocridade me engolia ja pensando em um estilo, em uma marca, em um algo a mais.
Fiz umas fotos de uma atividade em que tínhamos que aplicar algumas regrinhas de composição. No modo automático. Treinar o olhar. Conhecer o equipamento. Conhecer o programa e depois editar. Fiz tudo com muito empenho e sem querer nada extraordinário. Um ordinário caprichado. Um passo de cada vez. Eu consegui! 🖤